No final da tarde do dia 13 de fevereiro, uma multidão esperava na praça, perto das grades do portão da Escola Azarias Fernandes alguns se apoiavam para ver o último treino dos passistas que estavam no pátio da escola. Estava tudo aparentemente pronto, mas ainda demorou mais de meia hora para começar. O professor Francisco de Assis, do lado de fora, explicou um pouco da ideia para o público. Resumidamente, nos anos anteriores o Azarias fazia um momento de festa para os alunos dançarem e brincarem de uma maneira controlada, já esse ano foi decidido a preparação do desfile no estilo das escolas de samba com aquele fazer aquele bom e velho resgate cultural. O abre alas era formado de caçadores e animais em uma menção ao inicio de Piquet Carneiro, acompanhado de perto por um Jiral, que dava nome a comunidade na época. Um dos caçadores passam na hora que filmo, um deles diz algo, depois em casa percebo "Eu quero é me sentar". Passou a ala das baianas, um trem da REFESA, (empresa que controlava o transporte ferroviário) esse movido pelos pés dos dois alunos que vinham dentro da estrutura com rodinhas. Já na calda o carro do Pro Cidadania, travestido de cores oficiais do município, carregava pessoas ligadas à outros carnavais, seguidos pela equipe que realizou o momento: funcionários, professores e a diretora da Escola Ilma Moura.
Tudo isso conduzido pelo samba enredo Meu Povo Meu Gira. Segue a letra e a gravação do enredo:
Às margens da estrada de ferro,
Caçadores armam suas tocaias,
À espera de animais,erguem
Seus barracos de madeira,onde
Guardam seus materiais,canta
Escola Azarias, a história magnífica
Do nosso querido Jirau.
Com suor e muito amor,teu povo
Altaneiro construiu a estação do
Progresso,Oh Maria Fumaça Divina,
Leva paz e esplendor, para essa gente
Destemida,que acredita nas bênçãos
Do nosso louvado Senhor.
(REFRÃO)
Explode meu peito,numa só emoção,
Vêm nação da Azarias,cantar o hino
Do povão,ó meu Jirau,meu Piquezinho,
Orgulho do meu coração.
Nosso saudoso “Quinzinho”,
Que o terreno doou,a capela da fé
Foi erguida,em tributo a Nosso Senhor,
Ó Sagrado Coração de Jesus,resgata a
Bravura dos teus filhos,que por ti
Tem muito temor.
Nem mesmo a seca,a esperança
Dizimou,de construir uma nova vida,
Cercada de muito amor,ó gente aguerrida,
Povo de muita fibra,que a prosperidade almejou.
Ó meu Jirauzinho,tua fama no mundo
Se espalhou,nas raízes dessa terra abençoada,
Que a todos encantou,na certeza de dias
Melhores,com trabalho e infinito fulgor.
Vêm,vem ser feliz,
Sou Arlequim e você a Colombina,
Na avenida da alegria,canta
Esse samba meu Piquet,
Numa eterna nostalgia.